Depois de três anos à espera de uma resposta da CP Carga, que nunca chegou, a produtora de papel Celbi, da Figueira da Foz, "comprou" um comboio semanal entre a cidade da foz do Mondego e Barcelona ao operador privado ferroviário Takargo. Este serviço vai arrancar já em Abril, confirmou à CARGO o director de Transportes da Celbi Figueira da Foz, Hermano Sousa.
Outro projecto em cima da mesa do responsável de transportes da Celbi é o do encaminhamento de papel desde a fábrica até aos cais do porto figueirense por via ferroviária. Desde logo, esta solução oferece a grande vantagem de evitar o armazenamento de grandes quantidades de papel em porto.
Apesar de a fábrica ter pedido cotações para a compra de material rolante (vagões rebaixados, também designados por "cassetes") para o transporte de contentores, o baixo custo do frete rodoviário tem sido obstáculo à concretização desta solução, ainda por cima agravada pela distância (15 km por estrada, contra 40 km por ferrovia). Também aqui Hermano Sousa se viu confrontado com o aparente desinteresse da operadora pública, pois esta terá, alegadamente, um parque com este tipo de material nas proximidades da fábrica da Celbi, o que nem assim foi suficiente para suscitar uma resposta ao pedido de cotação da papeleira.
"O projecto (de substituição do camião pelo comboio entre a fábrica e os cais) não está parado", afirmou Hermano Sousa, adiantando que "as 600 mil toneladas/ano que em breve a fábrica produzirá, dos quais cerca de 90% destinadas à exportação, justificam o estudo de todas as opções, seja pelo previsível congestionamento viário que o seu transporte irá causar, seja pela poluição sonora e ambiental. Mas queremos que seja uma operação sustentável, e não para parar ao fim de dois ou três anos, razão pela qual estamos a analisar todos os parâmetros".
A União Europeia quer diminuir o congestionamento das estradas, aumentando transbordo intermodal de carga, bem como através da criação das auto-estradas do mar.
Das várias soluções de transporte de mercadoria até à muralha, para embarque no navio, e vice-versa, uma das mais interessantes, do ponto de vista de economia de tempo e de custos, é a do vagão rebaixado, que pode inclusive dispor de auto-propulsão. Os trolleys ferroviários permitem que múltiplos contentores possam ser movimentados com assinalável ganhos de tempo, reduzindo os tempos de carga/descarga de forma significativa.
In CargoEdições Online
Sem comentários:
Enviar um comentário