Pagamentos na Europa efectuam-se a uma média de 55,5 dias As dificuldades financeiras e o atraso de pagamento intencional são as principais razões que levam ao adiamento de pagamentos por parte das empresas.
Por outro lado, não fazer acções de cobrança imediatas tem um custo muito elevado que se reflecte no crescimento das próprias empresas.
Estas são principais conclusões apresentadas no encontro-debate «Pagar na Hora-Prós e Contras», organizado esta quarta-feira pela Intrum Justitia.
Grécia, Chipre e Portugal são os países onde o risco de pagamento é maior, enquanto que os países escandinavos apresentam um risco menor. O tempo para pagamento aumentou ligeiramente na Suíça, Espanha, Itália, Irlanda e França, enquanto que no Reino Unido permaneceu inalterado.
Valor dos incobráveis aumentou para 2,7%
Só o Estado português demora mais de 137,8 dias a liquidar as facturas. O risco de pagamento aumentou comparativamente com 2007. Embora o prazo médio de pagamentos tenha diminuído ligeiramente, o valor dos incobráveis aumentou de 2,5% para 2,7% sobre o valor das vendas.
De acordo com o director geral ibérico da Intrum Justitia em Portugal, Luis Salvaterra, «apesar de uma ligeira melhoria, Portugal continua com prazos médios de pagamentos muito superiores à média europeia. O Estado tarda em média a pagar, o dobro de dias que os seus congéneres europeus.
Esta situação tem efeitos dramáticos no desenvolvimento da economia, nomeadamente pondo em risco a sobrevivência das pequenas e médias empresas», referiu durante a apresentação do estudo.
Governos são os piores pagadores
A verdade é que o número médio de dias para o pagamento de facturas baixou na Europa de 58,6, em 2007, para 55,5, em 2008, contudo, a percentagem de facturas dadas como incobráveis atingiu o nível mais alto este ano (2% em comparação com 1,9%, em 2007).
Mais uma vez, os governos provaram ser os piores pagadores, ao levarem uma média de 65 dias para pagar. A comunidade empresarial leva 55 dias e os consumidores privados 40 dias.
De acordo com o Professor da Universidade Católica de Lisboa, Ricardo Reis, o atraso na liquidação das facturas é «um dos grandes responsáveis pelos próprios atrasos de pagamento por parte das empresas, sendo que as que levam mais tempo a receber são, por consequência, as que menos investem», refere.
Assim, e segundo o responsável é «absolutamente necessária» a implementação de actividades de gestão de crédito para combater os efeitos da crise no crédito hipotecário de alto risco e a alta dos preços do petróleo e dos alimentos.
Recorde-se que, só em 2007, a comunidade empresarial europeia teve um custo adicional de 25 mil milhões de euros devido aos atrasos de pagamentos. Um valor que chega a ser equivalente ao PIB da Bélgica. Os países do Sul da Europa lideram os pagadores mais faltosos, enquanto que os países escandinavos são os melhores pagadores.
- Paguem mas é a tempo e Horas, que a crise até vai parecer que acabou, neste pais fala-se mais do que se faz...
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