08 janeiro, 2009

Petição “Em defesa de Lisboa” discutida na AR

Lisboa precisa de um terminal de contentores de “deep sea”, voltaram a sustentar os subscritores da petição “Em defesa de Lisboa”, ontem ouvidos na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

João Carlos Quaresma Dias, Marta Nunes e João Prates Bebiano, os três primeiros subscritores da petição lançada a 1 de Novembro, foram ouvidos pelos deputados, numa sessão que não foi isenta de picardias.

Quaresma Dias, ex-administrador portuário e actual membro do Conselho Conselho Consultivo do IPTM, e João Bebiano, ex-secretário de Estado com a tutela dos portos num governo PSD e membro da Direcção do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar, por indicação do Governo, foram particularmente visados pelos deputados da Oposição, que sugeriram que a petição terá sido um “favor de última hora” ao Executivo de José Sócrates. Em resposta, os visados terão ameaçado abandonar a sala.

Quanto ao essencial da questão, os subscritores da petição “Em defesa de Lisboa” insistiram nas vantagens, para a cidade e para o País, de ter um terminal “deep sea” de contentores e na necessidade de expandir o terminal de Alcântara por estar à beira da saturação.

Sobre as questões jurídicas, legais e ambientais que envolvem o processo da expansão da concessão da Liscont, os peticionários nada adiantaram, admitindo embora que tais temas deverão ser acautelados.

A petição “Em defesa de Lisboa” foi lançada na net a 1 de Novembro e fechada a 26 do mesmo mês, tendo recolhido 6 556 assinaturas. No essencial, defende a ampliação do porto de Lisboa e denuncia alguns dos argumentos usados pelos contestatários do projecto, nomeadamente o impacte visual do terminal ampliado.

A petição lançada por João Quaresma Dias surgiu em contraponto à proposta por Miguel Sousa Tavares e outros, “Lisboa é das pessoas. Mais contentores não”, que exigia a revogação do acordo entre o Estado e a Liscont. Esta petição esteve activa online entre 24 de Outubro e 3 de Novembro e reuniu 12 931 assinaturas.

Ambas as iniciativas estão agora a ser analisadas no Parlamento, em Comissão Parlamentar, para seguirem, ou não, para o plenário.


In Transportes & Negocios

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