12 junho, 2009

Futura plataforma logísitica do Poceirão quer aproveitar nova centralidade industrial

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da nova Plataforma Logística do Poceirão e a ligação rodoviária à A12 prevê uma nova centralidade para a margem Sul do Tejo, fixando novas indústrias, nomeadamente no sector ferroviário e transportes.

No resumo não técnico do estudo, a que a Agência Lusa teve acesso, os autores do EIA justificam a construção do novo equipamento com o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete, a nova travessia rodo-ferroviária no Tejo ou a ligação ferroviária Lisboa/Madrid em Alta Velocidade.

"Estes projectos são elementos fortemente estruturantes que contribuirão decisivamente para a constituição de uma nova centralidade na margem esquerda do Tejo, provocando um recentramento da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e reequilibrando o desenvolvimento do território juntamente com o próprio projecto", refere o documento.

"A logística é uma das actividades com melhores condições de desenvolvimento perante as novas condições criadas pelo desenvolvimento da rede rodo-ferroviária e do NAL", acrescenta

O projecto prevê uma plataforma logística de segunda. geração, que será construída no concelho de Palmela, promovendo a intermodalidade dos diferentes meios de transporte: rodoviária, ferroviária e marítima.

"Pretende-se assim a criação de uma plataforma logística rodo-ferroviária de apoio aos portos de Lisboa, Setúbal e Sines que, simultaneamente, seja a localização de excelência para a actividade de distribuição não apenas da região da Grande Lisboa mas de todo o país", salienta o estudo.

O Plataforma Logística e da ligação rodoviária à A12 vai se localizar num espaço agro-florestal, o que tornava o projecto incompatível mas, perante "o interesse económico regional e nacional do projecto" e "criação de emprego" a obra foi reconhecida como Projecto de Interesse Nacional (PIN) e o "Governo procedeu à suspensão parcial do PDM".

O resumo justifica a decisão governamental com o facto da zona não estar inscrita em nenhuma área importante do ponto de vista da conservação da natureza e biodiversidade.

O projecto vai ser implementado numa área total de 600 hectares, mas nesta primeira fase as obras incidirão apenas em 262 hectares

Para essa área será feita uma "aprovação de um projecto de loteamento, prevendo-se que as obras de urbanização sejam concluídas até ao final de 2011. O edificado desta primeira fase será construído, ao ritmo da procura, até 2023", refere o resumo.

A ligação rodoviária à A12, que também integra este resumo, tem como objectivo viabilizar o funcionamento uma vez que as vias rodoviárias locais apresentam fortes condicionalismos à circulação prevista.

"A intervenção a realizar passará pela abertura de um novo nó de acesso à AE Setúbal/Montijo (A12), incluindo a sua articulação à rede viária nacional, nomeadamente à futura Variante ao Pinhal Novo", refere o documento.

Existem duas soluções em análise no Estudo Prévio que diferem sobretudo no perfil longitudinal e nas ligações à rede local.

Segundo o documento, os promotores esperam que sejam criados cerca de 10 800 empregos directos a partir do projecto, cujo início de construção está previsto para o último trimestre de 2009.

Na construção do loteamento existem três fases de trabalhos: a movimentação de terras, a construção das redes de abastecimento e drenagem e os arruamentos, estando prevista a conclusão da obra em 2011.

Já os edifícios serão construídos de acordo com as dinâmicas de mercado, estimando-se a ocupação total do loteamento até 2023, conclui o documento.

In Publico

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