Na quinta-feira, à margem de uma conferência sobre as relações económicas Portugal-Angola no Porto, Basílio Horta declarou: "É uma crise gravíssima, quase como um abalo de terra, que está a gerar uma angústia profunda, porque não sabemos o que havemos de fazer mais", disse Basílio Horta no Porto.
Hoje, em entrevista à Antena 1, o presidente da AICEP explicou o que queria dizer com as suas palavras.
"Eu não disse isso. O que quis dizer com isso é que nós na Agência [AICEP] estamos a fazer tudo o que é possível, a trabalhar de uma forma intensa. Todos nós falamos com dezenas de empresas por semana, com as associações, com as câmaras municipais. Estamos empenhados. O que disse é que estamos a fazer tudo o que é possível na agência para encarar esta crise na medida das nossas competências. Foi isso que eu quis dizer", declarou Basílio Horta.
"Quem entende que é desistência, ou qualquer outra coisa, é quem não me conhece. É um verbo que não costumo conjugar", sublinhou.
Questionado especificamente sobre a sua expressão "angústia profunda", o presidente da AICEP disse que é um sentimento que resulta da situação actual, em especial do número de desempregados.
"Falei em angústia, angústia profunda, é verdade. Só quem não tem sensibilidade humana não tem angústia com o que está a acontecer. Todos os dias nós na AICEP estamos a ver empresas que fecham. E isto não angustia, não obstante o trabalho que estamos todos a fazer? Angustia", disse basílio Horta.
O presidente da agência referiu igualmente o número de desempregados na vizinha Espanha, três milhões de pessoas (200 mil no último mês), para salientar "os problemas gravíssimos de tantas famílias".
"Quando deixamos de nos angustiar com essas situações, perdemos uma grande parte da nossa própria humanidade", concluiu Basílio Horta.
"Isso não significa que não estejamos empenhadíssimos, motivados e determinados a combater [a crise]. E mais, fazendo isso mantendo a vida normal da agência", realçou.
In Lusa
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