20 outubro, 2009

Refer fecha para obras 232 quilómetros de rede

É a outra face da aposta estratégica do primeiro Governo de José Sócrates na ferrovia. Quatro anos volvidos sobre a apresentação das Opções Estratégicas, a Refer reduziu ao mínimo o investimento na rede e 178 quilómetros de via estão sem comboios, para obras de renovação. Um número que subirá para 232 quilómetros quando em Maio próximo se encerrar e renovar o troço Vendas Novas-Évora, noticia o “Público”.

As linhas do Tâmega, do Corgo e do Tua, e os troços Guarda-Covilhã e Figueira da Foz-Pampilhosa estão fechados e não se sabe ao certo quando reabrirão. Em vários casos, o encerramento das linhas aconteceu de repente, sem qualquer aviso prévio às populações, fundamentado, mais tarde, por relatórios que alertavam para iminentes situações de risco.

A interrupção do serviço para proceder às obras poderá ser justificada pela maior celeridade das intervenções, mas o facto é que em vários dos casos apontados não existirá ainda sequer projectos para a realização das obras. Além do que a tradição no sector é realizar as obras nos períodos de menor frequência do serviço, sem o interromper.

Aos prejuízos operacionais e para as populações, juntam-se os custos do serviço rodoviário alternativo, sublinha o “Público”. De acordo com o diário, os autocarros entre a Guarda e a Covilhã custam à gestora de infra-estruturas 10 500 euros mensais desde Março deste ano. A linha já antes estivera encerrada por motivo de obras e voltou a fechar em Março, com reabertura prevista para este mês. Contudo, uma segunda empreitada deverá mantê-la encerrada por mais seis meses.

Para substituir as automotoras na linha Figueira da Foz-Cantanhede, o jornal avança que a Refer paga 13 680 euros por mês a uma empresa rodoviária. O contrato termina em Março, mas deverá ser prorrogado, pois esta é a linha mais "esquecida" de todas, não havendo sequer projecto de modernização.

Nas linhas de via estreita (Tua, Corgo e Tâmega) é a CP que suporta o transporte de substituição, mas a empresa não divulgou ao jornal esses custos.


In T&N

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