Morais Rocha, administrador da Liscont, lembra o caso de Sines para defender a prorrogação da concessão de Alcântara sem concurso público. Mais, alerta, a realização de um tal concurso poderia colocar em risco a viabilidade do próprio terminal. E acrescenta que s dados da prorrogação da concessão foram devidamente validados.
"Não percebo tanta coisa em relação ao prolongamento de uma concessão que está a decorrer, que está em desenvolvimento, quando aqui há 15 anos não houve concurso público para a concessão do terminal de Sines, um terminal novo em que até havia empresários portugueses [interessados]", disse à “Lusa” Morais Rocha.
"Faz-se um terminal novo, em que não há risco nenhum, nem problemas, e entrega-se sem concurso público [à PSA de Singapura]. Quantos milhões se investiram em Sines e quanto é que a administração portuária e o Estado português já receberam? Qual é o prejuízo para o cidadão comum?", reforçou o administrador da Liscont.
O prolongamento da concessão da Liscont por mais 27 anos, sem concurso público, está no cerne das muitas críticas feitas ao acordo entre a concessionária, o Governo e a APL. Morais Rocha diz que dificilmente se poderia fazer de outro modo.
"Lançava-se um novo concurso quando? Hoje? Em 2015 [data do final da concessão actual]?". "Se [o concurso] fosse ganho por outra [empresa], o que fazia o actual concessionário? Desinvestia? Acabava com o tráfego, acabava com os clientes? Não se modernizava o terminal? Não se comprava equipamentos? E quem entrasse tomava conta de uma área de concessão sem nada? Ficava aquilo devoluto durante uns anos até se encontrar um novo concessionário?", questionou.
Sobre os termos e os pressupostos do novo contrato, Morais Rocha garante que nada foi feito ao acaso.
"O prolongamento da concessão, nos termos em que aconteceu, foi feito por várias entidades - a Administração do Porto de Lisboa, o concessionário e os bancos, porque isto foi um 'project finance'. Foi analisado por consultores que aferiram modelos financeiros, que mediram previsões de tráfego, que analisaram projecções a 20 e tal anos", referiu o administrador da Liscont.
"Não foi feito só porque alguém o quis fazer. Isto foi feito com muito fundamento. Os bancos que financiaram a operação também lá meteram dinheiro e só com [um projecto de] muita consistência é que as pessoas correm estes riscos", concluiu.
In T&N
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