A guerra dos contentores pode acabar antes da campanha eleitoral para as autárquicas de Lisboa: onde se esperava mais carga vai haver um jardim resgatado - por 20 anos, pretende a Câmara de Lisboa - ao Porto de Lisboa. A câmara está a negociar um protocolo com a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a Liscont (a empresa que gere os contentores portuários, do grupo Mota-Engil, liderado por Jorge Coelho), com a bênção do movimento de cidadãos anticontentores, que deverá ser assinado durante o mês de Maio.
A câmara quer pedir emprestada ao Porto de Lisboa, durante 20 anos, toda a zona que vai de Alcântara-Terra ao rio Tejo, para ser utilizada como espaço público. No entanto, o protocolo contempla uma cláusula que permite à APL reivindicar à câmara municipal "uma solução alternativa" para os contentores, caso o movimento do porto venha a registar um "crescimento exponencial" durante os próximos 20 anos. Mas a moratória dos contentores pode durar menos do que a câmara deseja: o i sabe que o prazo de 20 anos é considerado "inaceitável" pela Administração do Porto de Lisboa.
O novo projecto da câmara é do conhecimento dos cidadãos que se constituíram em plataforma de protesto e enviaram uma petição à Assembleia da República para travar o projecto de ampliação da plataforma de contentores em Alcântara. António Costa, Manuel Salgado e representantes do grupo de cidadãos têm mantido contactos nos últimos tempos.
"Chegámos a um consenso. A plataforma portuária não irá abafar a cidade", disse ao i o vereador responsável pelo urbanismo, Manuel Salgado. Miguel Sousa Tavares, da plataforma de cidadãos, confirma ao i que tem participado em reuniões com vista a um consenso: "A posição da câmara municipal tem evoluído no sentido das nossas condições."
Afinal o que muda agora? O plano Alcântara XXI é "totalmente reformulado" - palavras de Manuel Salgado. A fazer a ligação entre Alcântara-Terra e o rio Tejo, uma grande praça pública ajardinada. Com o terminal de cruzeiros a ser mudado para Santa Apolónia, o novo projecto vai transformar a Gare Marítima de Alcântara "num pólo cultural importante". E todo o espaço fronteiro à gare "será uma continuação do espaço público para área de recreio e lazer".
A plataforma de cidadãos tinha posto como condições irrenunciáveis a limitação da área disponível para contentores ("nem mais um metro de área de contentores em Alcântara", diz Miguel Sousa Tavares), o eventual aumento do transporte de carga dos contentores não ser feito por via terrestre ("nem mais um contentor TIR") e, enquanto durassem as obras, que as docas continuassem a funcionar. "A câmara deu-nos um documento para estudar que passa por incluir essas garantias", diz Sousa Tavares.
Para já, os cidadãos estão satisfeitos. "O que queremos é que não sejam promessas vagas, mas garantias firmes do Porto de Lisboa", exige Miguel Sousa Tavares.
Na opinião de Manuel Salgado, o novo projecto "defende a sustentabilidade económica do porto", "assegura a fácil ligação da cidade ao rio" e "resolve o problema do equilíbrio ecológico do vale de Alcântara. A câmara vai recuperar um projecto antigo do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, que passa pela construção de um conjunto de bacias de retenção no vale de Alcântara para acabar com as cheias crónicas que afectam todos os anos aquela zona de Lisboa.
Segundo Manuel Salgado, ao prever o enterro da linha férrea, permite afastar a carga toda metida nos contentores a partir da utilização de barcaças que façam sair as mercadorias através do rio. Por outro lado, está em vias de ser "estabilizada uma solução que contempla a construção em túnel da infra-estrutura ferroviária". A câmara propôs ao governo a ligação da linha de Cascais à linha de cintura - o que permite que quem vem trabalhar para Lisboa possa vir de comboio -, que também será aproveitada para o escoamento do material dos contentores.
Ao contrário do que pretendia o grupo de cidadãos, Alcântara ficará sem o terminal de cruzeiros, que será construído em Santa Apolónia, junto ao Jardim do Tabaco. A ideia da câmara é transformar a Gare Marítima de Alcântara, que é monumento nacional, "num pólo cultural". Quanto aos contentores, Manuel Salgado afirma que serão edificados de maneira a manter as vistas para o rio.
In Ionline
- Estes gajos só me fazem rir...
Resposta dada por mim à noticia online do novo jornar I (www.ionline.pt)
Mas qual caos ??? so se for caos para os bebados ali das docas. Este sector maritimo dá trabalho a muito mais gente do que o vulgar cidadão (e engenheiro) pensa e este facto vai mais uma vez encarecer os transportes dentro do territorio nacional ao que a exportações de mercadorias concerne. Não liguem a tudo o que vem escrito e preparem-se, pois o trafego rodoviario em Lisboa vai aumentar exponencialmente, pois sem comboios até Alcantara, a unica alternativca será o Camiao.... Quanto ha ideia de se fazer algo na Margem Sul, a Ideia até seria boa, mas nunca para acabar com o que ja existe, mas sim como complemento da actual estrutura. Sr. Sousa Tavares, Obrigado por mais um forcing de medidas populares mas extremamente inificazes para o sector e para a propria economia Nacional...
07 maio, 2009
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6 comentários:
Sinceramente não entendo este país, os portugueses e os nossos governantes.
Queixam-se que estamos numa grave crise económica e toda a gente diz que a solução seria ajudar as pequenas e médias empresas, de maneira a que as exportações aumentem de novo, pois é assim que este país ganha dinheiro e não com o turismo, mas ninguém se convence disso.
Acho muito bem que façam de Alcântara um jardim, pois os nossos desempregados não têm onde passear para espairecer a cabeça cheia de dividas.
Acabem com os bares das docas, que a única vantagem que trazem é para os bêbados e para os donos dos bares, que em grande parte não pagam as rendas, assim o jardim pode ser alargado até Belém, onde podem visitar, só aos domingos por ser de borla, a Torre de Belém.
É verdadeiramente vergonhosa a forma como não se pensa em nada neste pais ... façam a merda do Jardim, que isso é que interessa à cidade e aos seus cidadãos, o sector maritimo não interessa ao pais, por isso vamos acabar com todos os portos de Portugal (apenas os portos de trabalho que os de lazer trazem-nos muita riqueza) e fazer Jardins à beira mar plantados nesta merda toda... Tavares, se te apanho parto-te a mona.
Ps. O jardim de que se fala poderia ser o Alberto Joao, sempre ocupa menos espaço e com toda a certeza divertiria a população ao ficar ali permanentemente a proferir discursos contra o contenente.... esse Jardim é o unico que eu aceito para ali.
Meu caros, vocês têm que conseguir ler nas entrelinhas... o jardim é feito com a contrapartida que durante esses vinte anos se o volume de carga aumentar a APL pode reivindicar uma alternativa á Câmara... podem querer xabregas até Alcantara.... quem sabe, e a carga pode aumentar 1 mês depois de cer cedido o espaço para o Jardim.
E andamos entao a brincar com o dinheiro dos contribuintes mais uma vez... mas porque é que este pessoal não pensa nas coisas, bolas... vê-se logo que o dinheiro não é deles.
Eu quero um Jardim.... e tu ?
Mas supenso, de preferencia nos cornos do MST...
Tou farto destas historias de interesses imobiliarios e das politiquices do costume.
Um destes dias vou começar a "apagar" politicos.
Inscriçoes abertas :)
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