«É inoportuna e um verdadeiro tiro no pé que eles estão a dar», adiantou fonte ligada a um armador, a propósito da greve total para quinta e sexta-feira, e que se prolongará de forma intercalada até 19 de Junho.
Segundo a fonte, todas as linhas que escalam semanalmente Lisboa vão ter que arranjar uma alternativa, sendo a mais prática Leixões e eventualmente o porto de Setúbal, que «não está preparado para receber todo este movimento de mercadorias» ou Sines, que tem limitações porque «o cais de acostagem só tem 370 metros».
Embora seja intercalada e alargada também aos portos da Figueira da Foz e Setúbal, a greve terá um prolongamento por três semanas, e terá «consequências nefastas para o Porto de Lisboa», uma vez que os armadores vão ter que «optar por outras soluções».
«E quando as linhas de navegação arranjam alternativas, dificilmente o armador volta ao mesmo porto», neste caso Lisboa, adiantou a fonte empresarial, que pediu anonimato.
A mesma fonte deu como exemplo o caso de uma nova linha transcontinental, que estava para escalar Lisboa, no próximo dia 10 de Junho, e dar início a uma nova rota, mas que perante a greve acabou por desistir.
O Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal (SETTCMCSP) emitiu um pré-aviso de greve, na sequência de um plenário realizado na sexta-feira passada marcado, segundo fontes do sector, por «alguma polémica», ampliando a greve total decretada em 14 de Maio para Lisboa nos dias 28 e 29 de Maio e mais quatro horas intercaladas diárias entre 1 e 5 de Junho.
A greve será prolongada com novas paralisações em Lisboa, previstas de 6 a 15 de Junho (total), e de 16 a 19 de Junho (duas horas em cada um dos dois turnos de trabalho, alternadas), alargando também a Setúbal com uma hora de paralisação de 16 a 19 de Junho, e à Figueira da Foz na mesma data, mas com duas horas no turno da manhã e outras duas no turno da noite.
Segundo a fonte de um armador, «alguns navios vão ser trabalhados ao fim de semana e em horas extraordinárias, o que acarreta custos para operadores e armadores, sendo para os estivadores uma forma de compensar a greve».
A Lusa tentou ouvir o Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul de Portugal, bem como a FESMAR, não tendo conseguido até agora qualquer depoimento.
Entre as razões lançadas pelo Sindicato está a «recusa do governo em considerar que a proposta da Lei dos Portos, interferindo com o regime jurídico do trabalho portuário, excluindo este do âmbito da lei, contrariamente ao que o mesmo governo sustentou na apresentação das orientações estratégicas para sector marítimo-portuário».
O Sindicato está contra a exclusão da obrigação de contratação de estivadores no tráfego fluvial entre as duas margens do Tejo, previsto num futuro, e também no pessoal contratado paras plataformas logísticas, ainda inexistentes.
A proposta de Lei dos Portos foi aprovada em 30 de Abril pelo Conselho de Ministros, aguardando para ser submetida à apreciação e aprovação do Parlamento português.
In Sol
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3 comentários:
Amigos da estiva, não piorem mais ainda o nosso meio profissional... a greve nesta altura é completamente descabida e irresponsavel.
Sei que lutam na defesa dos vossos direitos, mas vão prejudicar muito mais pessoas do que pensam.
Pensar antes de agir nunca vez mal a ninguem...
Dou-te alguma razão mas foi o governo que fez isto tudo nas nossas costas estavam em conversações, e toma lá não querem saber de dizem eles governo pequenos pormenores como a não utilização de profissionais como nós nas plataformas logisticas ou mais na varredura de porões dentro e fora das embarcações, nas portarias dos terminais tambem serem feitas por pessoal administrativo então, e há muito mais! trabalho precário sem condições não nosso sector não vamos deixar!!! Tem de ser pessoal altamente qualificado não é como sr.a sec. estado Victorino ou a Mota engil ou alguem para enriqueçer com a desgraça dos alheios! Não temos outra forma de o fazer, ate já enviaram papeis que vai ser aprovada a lei dos portos quer os estivadores queiram ou não! o governo é que não está a pensar e mais façam reforços da mercearia lá de casa vai ser uma luta até ás ultimas consequenças...
Eu sei que aquele molho de bons amigos a que se chama governo não passa de um bando de prepotentes... e como digo no post anterior estou solidario para com voces, so espero é ter ainda emprego quando mais esta crise no nosso sector acabar.
Ps. Caso seja despedido por falta de trabalho, posso meter uma cunha :) para me juntar a vcs ?
Agora a serio, acho muito bem quer lutem pelos vossos direitos, da melhor forma que o sabem fazer e como o tem feito ao longos dos anos... provavelmente o mal não é vosso mas sim de todos os outros sindicatos que sempre baixaram as "calcinhas" seja lá qual a cor do governo que esta no poder.
Amigo, perante tudo isto apenas posso desejar que sejam bem sucedidos nos vossos intentos e que a greve seja curta.
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